Era para ser uma sessão tranquila, a mesa diretora liderada pelo vereador Roselei Françoso (MDB), anunciou a decisão de conceder reajuste salarial de 24% aos servidores públicos do Legislativo. O valor corresponde aos 18% concedidos pela Prefeitura e mais 6% de recomposição salarial referente ao extinto prêmio assiduidade.
Era pra ser...
“Nós faremos aquilo que a Prefeitura já está fazendo, mas incluindo a devolução do prêmio assiduidade aos servidores deste Legislativo”, explicou Roselei durante sua fala na tribuna da Câmara. Atualmente, a Câmara tem 98 servidores públicos. O reajuste não contempla o subsídio dos vereadores.
Boa intenção
A intenção de Roselei foi boa, ninguém pode negar, pois ele até frisou que esperava que a Prefeitura fizesse o mesmo, devolvendo aos servidores “aquilo que lhes pertenceu durante anos e anos”. “Aquilo que era concedido como benefício por meio de prêmio assiduidade e décimo quarto salário precisa ser incorporado como aumento real”, disse.
Mas aí a cuíca roncou.
Paraná na terça-feira passada, antes da reunião com o pessoal do SINDSPAM quebrou o pau com Roselei na sala da direção da Câmara pelo fato de não ter sido convidado para o encontro. Saiu pisando duro da sala e desabafou com alguns dos seus pares na entrada da Câmara.
Na rádio
Ontem de manhã Paraná em entrevista na rádio Jovem Pan, voltou a criticar a postura de Roselei frente a presidência da Câmara por causa de um acordo que os vereadores fecharam no começo do mês de respeitar os ritos para apreciação e votação dos projetos, enquanto o prefeito Airton Garcia não foi a Câmara para uma “conversa”. O acordo era endurecer a relação.
Despachantes do 5º andar
Como todos sabem a Prefeitura tem por hábito enviar projetos, as vezes polêmicos, para a Câmara em cima da hora e os mesmos são aprovados. Porém como de uns tempos devido ao abismo entre os poderes Legislativo e Executivo, os vereadores decidiram dar o mesmo tratamento aos projetos da Prefeitura.
Quebrando acordo
Na sessão de ontem a pauta estava recheada de projetos que não teriam sido analisados pelas comissões, isto é, não seguido o rito normal do Legislativo. Criou-se um descontentamento entre muitos vereadores por causa disso e dizem que Roselei estaria “quebrando o acordo”.
Depois da entrevista
A entrevista de Paraná repercutiu de maneira negativa é lógico na Câmara. Agentes da CIAP (Central de Inteligência da Ácidas da Política) informaram que Roselei e Paraná se reuniram antes da sessão e que Paraná acabou por se desculpar com o presidente, pelos ocorridos na semana passada e pela entrevista.
A tarde
Quando a sessão caminhava para o fim Paraná e Bira acabaram por revelar toda a insatisfação de alguns vereadores com Roselei e eles pegaram pesado. De forma desrespeitosa, Roselei foi chamado de moleque, banana, penca de banana, pamonha, frouxo e outros adjetivos.
Vixe e vixe
Visivelmente irritado com a forma que o projeto que reajustar os salários dos servidores da Câmara, foi elaborado pela mesa diretora, Paraná disparou que Roselei não sustentava em pé o que combinava sentado.
Resposta
Roselei usou a Tribuna na sequencia para se justificar e disse que a intenção era forçar com que a Prefeitura fizesse o mesmo com os seus servidores
Aí entrou o Lucão
Depois foi a vez de Lucão ficar chateado com Roselei. Ele disse que estava magoado com o MDB pela forma que ocorreu a filiação do ex-secretário de Saúde Marcos Palermo na legenda. “A forma que foi feita (a filiação) me desagradou muito”, disse Lucão. O parlamentar não foi comunicado sobre a filiação e nem sobre o evento que ocorreu com a presença do presidente nacional do MDB o deputado Baleia Rossi.
A porta
O experiente parlamentar disse ainda que se o partido achar que ele não é mais importante para o partido o comunicasse e profetizou: “Aquela porta que esteve aberta para que entrasse neste partido, estou entendendo que está aberta novamente para que eu saia do partido”. Uma coisa é certa, se isso de fato ocorrer, Lucão não terá dificuldades de encontrar outras portas abertas.
Contando até 10
Roselei explicou que não sabia que a filiação de Palermo fosse abonada por Baleia Rossi na reunião que aconteceu na segunda-feira em Santa Barbará do Oeste e elogiou Lucão dizendo que ele “é um grande líder”.
Último ato
Aí surgiu o vereador Bira que acabou surpreendendo a todos pelo seu comportamento. Bira do nada olhou para Roselei e o chamou de moleque. Roselei cortou a palavra de Bira e encerrou a sessão. Realmente uma sessão que poderia ser histórica acabou sendo um fiasco no final em termos políticos. Uma pena!
E no 5º andar
Bom o quinto do andar do Paço Municipal deve estar em festa, pois eles adoram ver os vereadores se digladiando e se desentendendo em público. Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo.
Até sexta
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