Após 15 horas de julgamento, os três acusados de envolvimento na mortedo policial militar Paulo Sérgio de Arruda, em Matão (SP), foram condenados na madrugada desta sexta-feira (9). O crime aconteceu em 19 de fevereiro de 2018, quando o sargento da Força Tática tentou ajudar um padre que era extorquido pelos criminosos, após a gravação de vídeo íntimo.
Edson Ricardo da Silva, de 33 anos, conhecido como Banana, foi condenado a 24 anos, 11 meses e 10 dias por homicídio, extorsão e ameaça. Luiz Antônio Carlos Venção, de 29 anos, foi sentenciado a 24 anos e 7 meses de prisão, mas apenas por homicídio e extorsão. Ambos vão cumprir as penas em regime fechado. O G1 ainda não conseguiu contato com a defesa deles.
Já Diego Afonso Siqueira Santos, de 23 anos, recebeu uma pena menor de 5 anos e 4 meses porque foi condenado apenas pelo crime de extorsão. Como ele já cumpriu uma parte da pena enquanto aguardava o julgamento em regime fechado, a defesa expediu um alvará de soltura e ele foi para casa após o julgamento que terminou na madrugada.
Segundo o delegado Marlos Marcuzzo, o sargento de Araraquara (SP) de 43 anos recebeu a ligação de um amigo em comum para apurar ameaças contra o padre Edson Maurício, que era responsável pela Paróquia de Santo Expedito, em Matão.
Mesmo de folga, ele e outros três policiais foram com padre até a casa dele no bairro Residencial Olivio Benassi.
Lá, os criminosos ligaram e marcaram de ir ao local. Quando chegaram, notaram a movimentação de carros e já entraram armados. Houve troca de tiros e Arruda foi atingido duas vezes no peito.
O sargento chegou a ser socorrido pelos outros policiais, mas não resistiu aos ferimentos. Os suspeitos de cometerem o crime fugiram. O padre não se feriu.
Extorsão
De acordo com a polícia, os criminosos pediam dinheiro ao padre, após a gravação de um vídeo de sexo entre ele e um dos acusados. Segundo Luiz Gustavo Vicente Penna, advogado de Edson Ricardo da Silva, o cliente tinha um relacionamento homossexual com o padre há cerca de 3 anos e decidiu extorqui-lo depois que sua esposa pediu o divórcio.
Ele pediu R$ 80 mil para não divulgar um vídeo dos dois fazendo sexo. As imagens teriam sido gravadas pelos outros dois acusados. Na época, a Diocese de São Carlos emitiu uma nota pedindo desculpas aos fiéis e anunciando a suspensão do pároco. Nesta quinta, a igreja informou que ele ainda continua suspenso de todas as atividades sacerdotais.