O presidente da Câmara Municipal de São Carlos, vereador Marquinho Amaral (PSDB), voltou a fazer críticas ao prefeito Paulo Altomani após suspender a sessão desta terça-feira (29) em solidariedade à greve dos funcionários públicos municipais. Marquinho disse que tomou a decisão em conjunto com todos os demais vereadores, após o prefeito recusar a receber uma comissão composta por vereadores, pelo presidente do Sindspam, Adail Alves de Toledo e dois membros da comissão greve.
O encontro serviria para tentar buscar uma solução para a greve da categoria que completou uma semana nesta terça. Marquinho reafirmou seu compromisso com o funcionalismo público municipal e frisou que mais uma vez a Câmara Municipal mostrou sua altivez, independência e que aquela Casa não é uma extensão do gabinete do prefeito municipal.
"Ele (prefeito) preferiu mais uma vez ir para o confronto, ir para a briga, ir para a guerra deixando o diálogo de lado. Essa Casa enquanto presidida pelo vereador Marquinho Amaral, vai até as últimas consequências preservar, valorizar e praticar o diálogo. Nós temos tido conversas com todos os setores da cidade, temos apaziguadas muitas questões na relação da prefeitura com diversas entidades e setores da cidade, infelizmente tentamos o convencimento, tentamos o diálogo com o prefeito, mas não conseguimos, então a Câmara ao ver um pedido dela negado, resolveu ser solidária ao funcionalismo público municipal, parando no dia de hoje a sessão e não votando nenhuma matéria seja ela de iniciativa do prefeito ou da Câmara, essa é uma maneira que a Câmara encontrou de ser solidária ao movimento", disse Marquinho.
Marquinho pediu respeito ao Legislativo e disse que o poder que ele preside representa 100% da população ao contrário do prefeito. "Esta casa não vai permitir enquanto houver pessoas bem intencionadas aqui dentro, ser desrespeitada, seja ela por quem for.
Questionado sobre a questão política que a prefeitura quer rotular a greve, Marquinho foi enfático ao afirmar que tudo nessa vida é um jogo político, só que o mesmo deve ser praticado com diálogo e não autoritarismo.
"Tudo é política, no nosso trabalho, no jornalismo é política, na faculdade, dentro de nossa casa na educação dos nossos filhos, nós praticamos a política, só que nós precisamos praticar a política do diálogo, a política da imparcialidade, não a política do autoritarismo, então não existe greve política, desde o primeiro momento como presidente da Câmara eu me posicionei favoravelmente, fiz várias intervenções em rádios, nas redes sociais e aqui na Câmara de que eu era favorável a esse movimento que eu considero um dos movimentos mais democráticos que nós vimos durante toda a nossa vida pública, mais de 20 anos aqui na cidade, eles (servidores) estão dando o exemplo de serenidade, estão dando exemplo de organização, estão dando um exemplo que me surpreende, hoje a fala do presidente do Sindspam na Tribuna me emocionou, sua posição firme em defesa de uma categoria mostra que nós estamos no caminho certo, construindo uma São Carlos, aqui na Câmara no diálogo, no respeito às instituições, no respeito as ideologias de cada um, nas diferenças de cada um, sentando a gente se entende, se a gente se entende aqui na Câmara com 21 pensando, com 21 tendo os seus interesses políticos partidários, como nós não podemos nos entender em outros lugares.
Questionado se ele continuaria tentando agendar uma reunião com o prefeito para tratar sobre o assunto dos servidores, Marquinho disse que fica difícil a partir do ocorrido. "Eu acho que a partir do momento em que nós nos convidamos para irmos a uma casa e dizem não venham, eu acho que agora é o prefeito que tem que procurar a Câmara Municipal aonde diga-se de passagem ele sempre foi muito bem vindo, respeitado e querido", finalizou.